A COMPRA DO HILLMAN

Otacílio sonhava em possuir um automóvel e na falta de opções e também de condições, a muito custo conseguiu comprar seu primeiro carro: um HILLMAN, um carrinho inglês baratinho, pretinho e ruinzinho.
Logo nos primeiros meses descobriu que o mesmo entre seus vários defeitos era altamente anti-social. Na semana, de segunda a quinta era uma beleza não dava problema nenhum. Quando se aproximava o sábado e o domingo quando Otacílio gostava de sair com a família e amigos para passeios, o Hilman empacava e quebrava.
A última atitude do Hillman foi no dia de Natal de 1963 quando Otacílio e ROSINHA, como todo ano no dia 24/12, iam para a praça do Ferreira onde acontecia uma grande festa e um presépio de Natal.
Às dez da noite daquele dia já um pouco atrasados viram um casal que ia também para a festa cristã se dirigindo para o ponto de ônibus. De pronto ofereceram carona para os mesmos. Otacílio ainda se vangloriou que não ia deixar seus vizinhos irem de ônibus tendo automóvel a disposição.
Seguiram os quatro com destino a praça do Ferreira para a missa do galo. Por não mais de 200 metros após, o Hillman morreu.
Empurra dali, empurra daqui, abre o capô, mexe no platinado, esfria a bobina, abre o carburador, bota gasolina e nada do teimoso sair do lugar.
Meia noite e meia resolvem desistir da festa voltando acabrunhados para suas casas.
NAQUELE DIA O DESTINO DO HILLMAN ESTAVA SELADO...

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